quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Papo de Líder: Entrevista com Cris Martins

Cris Martins
Atualmente no Ceará  como Coordenadora de Expansão na Elevus, sua atuação é com outplacement, treinamento e R&S.
Graduada em Letras pela  Universidade Federal do Ceará, cursando MBA em Gestão de Pessoas na FANOR- DeVry
Atua há 12 anos na gestão, treinamento e desenvolvimento de pessoas.

Papo de Líder

Ramiro - Cris Martins, obrigado por participar do nosso blog. Você que foi uma gestora de pessoas que teve como marca a gentileza com os liderados e competência para o alcance de resultados na condução de grandes equipes, como foi a transição para recrutadora de pessoas?

Cris Martins - Primeiro quero agradecer o convite! É sempre um prazer poder contribuir. Como gestora de gente algumas das habilidades que mais desenvolvemos é observar, reconhecer e cuidar das pessoas, para que com uma boa condução possamos alcançar os objetivos comuns entre liderança e liderados. Acredito que esse interesse por trabalhar com gente faz com que eu consiga analisar os perfis e as habilidades dos candidatos. Existe uma diferença entre as seleções feitas por recrutadores e psicólogos, mas aqui na consultoria nós nos completamos. Eu tenho feeling, vivência e elas têm conhecimento e técnicas que eu não posso aplicar por causa da formação. Claro que eu tenho que ler muito e me atualizar. O MBA tem contribuido bastante.

Ramiro - Existe uma escassez de líderes no mercado? Se existe, como contornar a carência?

Cris Martins - É visível o interesse pelo assunto tanto pelos RH's das empresas, como pelos líderes. Treinamentos e capacitações têm sido um investimento constante. O que me preocupa é se este conhecimento está sendo posto em prática. Temos muitos profissionais em cargos de liderança, mas poucos líderes. A busca por conhecimento é muito positiva, demonstra uma mudança de comportamento, mas somente o hábito de utilizar essas práticas vai formar bons gestores de gente. Acredito muito nas competências pessoais, não adianta ter técnica, sem ter trato.

Ramiro - Muitos leitores do nosso Blog falam que foram jogados na função de Supervisores, Coordenadores e até de Gerentes. E depois sofrem com a cobrança inerente da função. Como se preparar para este momento já que nem todas as empresas trabalham na formação técnica destes novos líderes? Como sobreviver neste mercado?

Cris Martins - Grande parte das pessoas acredita que a empresa tem que ser a responsável pelo seu crescimento, mas o mercado não espera mais por isso. Para estas pessoas existe a opção de entrar em um programa de trainne bem estruturado, ou assumir cargos operacionais. Os grandes grupos procuram profissionais preparados. Muitas vezes não há tempo para desenvolvê-los. Eu falo sempre para os candidatos que eles já têm que estar preparados para quando a oportunidade aparecer. Vi muitas vezes pessoas querendo se inscrever para seleção e tentando de última hora buscar conhecimento em alguma competência exigida para o cargo. Quando a gente contrata alguém, nossa expectativa é que ele assuma o cargo tanto para realizar as atividades já previstas, como para trazer algo novo.

Ramiro - Como Head Hunter, existe algum mercado mais díficil para preencher vagas? Onde estão as oportunidades?

Cris Martins - Existem muitas variáveis que influenciam na oferta e na demanda para preenchimento de vagas. Tivemos um ano de Copa do Mundo, eleições e rescisão econômica. No cenário local, muitas empresas demitiram para substituir por profissionais com salários menores. Os quadros de empregados não aumentaram, então nesse contexto os cargos operacionais tiveram mais oferta. Foi constante a busca por pessoas com qualificação, mas com oferta salarial abaixo do mercado. As engenharias, logística e área comercial têm sido as mais ofertadas.

 Ramiro - Como um candidato a líder de equipes deve se comportar num processo seletivo? O que os recrutadores buscam nas entrevistas?

Cris Martins - Não sou adepta às "receitas de bolo" sobre como se portar em processo seletivo. Acima de tudo o candidato tem que ser verdadeiro com ele mesmo e com os selecionadores. Ter consciência se realmente está preparado para a função. No papel em branco cabe tudo, então, como o CV é geralmente o primeiro filtro, é essencial que o que está escrito corresponda às reais experiências e habilidades de quem se candidata à vaga. Neste contexto minha dica para o processo seletivo é não representar, conhecer a empresa para a qual está se candidatando e conseguir apresentar suas experiências e competências. Fatos e dados, números, resultados mensuráveis, gestão de equipes, são pontos que devem ser apresentados com precisão na hora da entrevista.




8 comentários:

  1. Entrevista perfeita!
    Parabéns aos envolvidoe pela qualidade de perguntas e respostas.

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  2. "Muitos profissionais em cargos de liderança, mas poucos líderes. "
    Retrato mais bem descrito que já vi sobre o cenário executivo!

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  3. Papo Reto..Parabéns! Muito esclarecedor.

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  4. Parabéns Chefa Linda... Você eh e sempre será a melhor profissional que eu conheço... E como pessoa então... Nem se fala.. Adorei a entrevista... Espero vê-la aqui por Recife em breve...

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  6. Parabéns pela escolha do tema e pela entrevista. Assunto que pode render horas de conversa. Cris, sucesso. Você é um exemplo para muitos gestores. Sabe desenvolver as habilidades das pessoas e prepará-las para o dia a dia. Abraços Bruno Leonardo

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  7. Parabéns ao Cris e ao Ramiro, ótima dupla de gestores! Sucesso!!

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